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  • Foto do escritorRafaela Miranda Dardengo

Robotizando sua experiência em busca de emprego

Nesse post irei contar um pouco mais do processo do meu projeto final da Tera: uma solução digital para uma proposta desafiadora.


Quem já passou pelo desemprego sabe: precisa-se de muita resiliência e inteligência emocional para passar por essa situação. E as realidades brasileiras são muito diferentes umas das outras, para algumas pessoas pode ser um ano sabático, para outras, muitas preocupações.


Começamos com o seguinte desafio: Como conectar pessoas recentemente desempregadas à uma nova oportunidade de trabalho?


Através de uma pequena Desk Research os deparamos com um mar de assuntos: informalidade e profissionais autônomos, problemas sociais, pandemia, um país economicamente instável, uberização do trabalho.


A partir disso, resolvemos mergulhar profundamente nesse mar, e veja só o que encontramos:


O que a nossas pesquisas revelaram?


O desemprego é uma causa de muitos problemas sociais do Brasil: da educação, da desigualdade social, étnica e de gênero.

Isso não era nenhuma novidade, porém é de extrema importância considerar esse dado para a construção de produtos digitais em um país onde pessoas ainda não acesso á direitos básicos como saneamento, um teto para morar e direitos humanos.


Imediatismo para se recolocar no mercado do trabalho à qualquer custo.

Os dados que coletamos revelam que 28% das pessoas desempregadas aceitam qualquer oportunidade de trabalho que apareça, e até ganhar menos em muitos casos, e que 61% estão dispostos a mudar de área. Essa necessidade escancara também nossos problemas sociais, onde os empregos informais representam 41% do mercado de profissionais, e que esses profissionais não recebem nenhum amparo social ao perderem seus empregos.


Fonte: CNDL/SPC Brasil - 2020, IBGE - 2019


Entrevistas


Desempregados frequentemente se sentem desorientados e inseguros. O impacto emocional é enorme quando uma pessoa está desempregada.

Conversamos com pessoas em situação de desemprego, as entrevistas não só confirmaram os dados da Desk como nos revelaram também que as pessoas se sentem desorientadas no primeiro momento de desemprego. As questões emocionais podem influenciar na busca, na entrevista, e a frustração aumenta enquanto o tempo passa.


O desemprego abalam nossas estruturas, não só financeiras, mas emocionais. Angústia, ansiedade, insegurança, baixa auto-estima e até depressão podem aparecer nesse período de incertezas e instabilidade.


As empresas buscam perfil que tenham habilidades sócio-emocionais.

Do outro lado, buscamos entender como as empresas lidam com processos de seleção. Conversamos com profissionais de RH, empresas grandes e pequenos negócios. Os critérios de seleção e os processos podem ser diferentes para cada local ou vaga, porém algo era semelhante em cada lugar: as empresas buscavam habilidades sócio-emocionais e comportamentais (famosas Soft Skills) para contratação. Em muitos casos isso chega a ser mais decisivo para a contratação do que as habilidades técnicas (Hard Skills).


Ideação


Com esse tanto de dados partimos para os frameworks de UX de Ideação.

Criamos Personas, Jornada do usuário, Mapa de Empatia, Jobs to be Done e How Might We.



Construímos 3 personas, porém para nossa solução em primeiro momento focamos em uma para criar uma jornada e um fluxo para ela.


A nossa persona principal não tem experiência na área que gostaria de atuar. Ela já trabalhou em diversos lugares e segmentos, porém nada muito fixo ou por muito tempo. Ela tem muitas habilidades técnicas, porém não sabe da importância das soft skills na vida dela. Ela poderia se destacar melhor em entrevistas até mesmo fora da área dela. Ela se sente frustada e incapaz de conseguir uma oportunidade. As plataformas geralmente tem uma experiência cansativa de cadastro de informações.


Outros exercícios que elaboramos que trouxeram inúmeros insights:


Mapa de Empatia

Jobs to be done


Com tudo isso em mãos, como poderíamos construir uma plataforma que fosse acessível para um público com pouca instrução, que indique ela para vagas de emprego com a preparação ideal e que auxilie no seu desenvolvimento pessoal?


O desemprego como uma jornada de aprendizado


Como falei no início, não é fácil estar desempregado. Com as nossas personas e entrevistas entendemos que existe muita dor nessa jornada. Então pensamos: seria incrível ter alguém que te acompanhe nesse momento, um mentor, alguém para conversar, alguém para aprender e tirar dúvidas.


Nossa primeira proposta é que a interface deveria ser um BOT para facilitar cadastros de CVS, para acompanhar o desenvolvimento pessoal dos usuários na sua jornada pela busca do emprego.


Então criamos uma Jornada ideal que gostaríamos que nossa persona tivesse.


Nossa Jornada revelou três coisas importantes:


-Ela tem necessidade de encontrar uma vaga ideal e se sente ansiosa e frustada na sua busca.

-Cadastros precisam ser mais fáceis e amigáveis.

-Ela não tem conhecimento sobre a importância das soft-skills, então seria necessário ressaltar isso através da sua interação.


Protipando e testando


Partimos para a materialização das nossas propostas e para transformar ideias em visual fizemos o exercícios de Crazy 8 e outros exercícios de prototipação rápida.


User Flow na Plataforma Landbot


Para entender como seriam as interações criamos fluxos de conversa na plataforma Landbot,

Esses foram nossos primeiros rascunhos para entender quais momentos o bot poderia ser acionado e quais seriam os fluxos principais.





Protótipos e teste


Primeiros protótipos



Desenvolvemos protótipos em média para poder testar. Para que o usuário tenha uma experiência completa, optamos por desenvolver o BOT dentro de um aplicativo. O Jobson, que é nosso bot, pode ser acionado a qualquer momento, e ele está presente em todos os Jobs to be done do nosso usuário: do cadastro à simulação de entrevista.


Por fim, nossos testes mostraram que os usuários aprovaram e mostraram facilidade para interagir com o BOT. Acharam a comunicação clara e muito mais amigável do que estão acostumados.

O teste também mostrou dificuldades com a leitura das fontes e ficaram confusos sobre como encontrar histórico de currículos, isso nos levou a uma reestruturação do layout.


Protótipos pós teste


Conclusão


Nossa jornada com esse trabalho foi intensa mas enriquecedora, aprendemos muito com a mentoria dos experts da TERA e a trabalhar sempre cocriando, sempre evoluindo e escutando a ideia do outro. Entendemos que o processo de UX é uma evolução contínua.


Pessoalmente, acredito que a jornada me trouxe mais confiança no processo de UX, mais confiança para liderar em projetos e agir com mais independência e autonomia.


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